A velha.

Num desses dias de sol quente em pleno inverno, nesses em que o humor do mundo conspira com a felicidade, encontrei uma senhora; não, não era uma senhora, era uma idosa, velha mesmo. Gasta pelo tempo, mas sorridente, de roupa clara, com olhos juvenis e contentes.
Estávamos em um ônibus quase vazio, já que o sol arrastara todos os que podiam para a praia. Vendo a felicidade que aquela velha emanava, logo tratei de travar com ela uma conversa, conversa das mais animadas. Falamos sobre o tempo, o sol, e como isso afeta o humor das pessoas, e foi aí que começamos a falar sobre o mau-humor, da falta de sensibilidade, do estresse, do desamor.
Ela me contou sua história triste de como era antes, dos remédios que tomava e das dores que sentia pelo simples fato de importar-se apenas com o próprio nariz, com a própria raiva; e me contou como o bom-humor, o amor, a sensibilidade, e a paciência venceram tudo isso.
A conversa não fora das mais longas, mas me deixara ainda mais calma, mais feliz, e me fizera decidir meu futuro. De agora em diante, aconteça o que acontecer, a paz, a felicidade e mais ainda a paciência fará, cá em mim, morada; Pois, se terei de envelhecer, que envelheça como ela. Sem remédios, sem dores, sem preocupações.

Postagens mais visitadas