6 a.m.

De vermelho, para não errar o sentimento


Fumando calma ela observa os carros que movimentam a primeira hora do dia, e enquanto relembra momentos bons de madrugadas passadas por ali, sorri.
"Não era essa a vida que você sempre quis?" pergunta para si. Ela, que sempre vira beleza nos amores malconcebidos, nos cigarros e nas movimentadas noites que acabavam com manhãs límpidas como aquela, agora vivia isso.
Tinha um amor inacabado, três ou quatro camas quentes ávidas por admirá-la, uns sorrisos e uma nova vida à começar. No entanto...
Encosta no elevador enquanto espera seu andar e recorda, novamente, aqueles bons momentos.
"Quando isso há de acabar?". Abre a porta dizendo de si para si: "Você vive o que desejou, vive a beleza da dor que tanto ansiou".
Fecha os olhos e entende que a vida tem de continuar.

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