Um fragmento velho

- Uma hora a gente cansa, sabe? O corpo pede pausa. Não consigo entender como algumas pessoas passam anos nesses dias tumultuados, de luzes baixas e cores piscando. Essas cores me deixam atordoada. E como perdem a consciência...
- Isso me soa como falso moralismo. Você mesma, acaba de beber bons copos de cerveja.
- Sim, sim, mas são coisas isoladas. O que não entendo são os excessos repetitivos, o tempo que passam sem saber o próprio nome. Me cansa.
- Você é velha.
- Tenho que concordar. Envelheci com muitos anos, ouso dizer décadas, de antecedência. Criei aversão à tumultos, pessoas alteradas, música alta e luzes coloridas, tudo que agora há lá embaixo. Pessoas querendo se mostrar, ser mais que outras.

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