Tu é mesmo difícil de desvendar.

Como aquela frase bonita e bem encaixada que montei quando tuas mãos percorriam minhas linhas, mas esqueci de lembrar.

Como tudo ao meu redor, não é sobre você, é sobre você, é sobre mim.
Sobre esse reencontro bom que tenho comigo quando tô contigo.
Mas não é tu.
Já foi outro (e nem tem tanto tempo).

É sobre quem primeiro me viu,
sobre quem primeiro me tocou,
sobre quem primeiro me encaixou
e é sobre você,
que me viu, tocou e encaixou,
com cheiro bom que impregna o quarto e deixa sentindo mesmo depois que se vai.

Não vai, fica. Te passo um café.

Mas calma, amor.
Não tem amor, te chuto da cama antes mesmo do sol aparecer.
Fica tranquilo que nesse mar não me afundo,
mas não me importo de boiar no raso um pouco.

E eu, que sempre fui boa em reconhecer intenções, agora que tu se foi fico aqui sentindo o vento bom da varanda e pensando: "mas afinal, o que foi que houve?".

Talvez seja minha ansiedade, minha necessidade em antever futuro inexistente mesmo quando não desejo futuro algum...

Calma, me enrolei.

Bom, fato é: gostei da tua presença.
Fato é: tu me despertou dormências e, junto com outros tantos, me fez pensar.

Mas afinal, no fim de tudo, como que faz pra te desvendar.

E teu cheiro, continua aqui (logo agora que ele já estava a sumir).
Bom é que tu some e, mesmo no escuro de saber tuas intenções, o tempo dissipa o desejo e no fim tua ligação é só mais uma no meio das outras ligações.

Foda é que tu pediu pra voltar aqui.

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